“FOGO SIMBÓLICO”
ESQUECERAM DE MIM
Em sete de setembro, próximo ao meio dia, me deparei com uma cena lamentável, ao passar pela Praça Borges de Medeiros, avistei a “Chama da Pátria”, ou o “Fogo Simbólico”, como queiram, ardendo, abaixo de chuva, e sem uma viva alma à sua volta. Fiquei perplexo. Não acreditei. Voltei da esquina e passei novamente pelo local. Então não restaram dúvidas: os símbolos maiores da nossa Pátria, o Pavilhão Nacional e o Fogo Simbólico, estavam ali, em praça pública, sem nenhuma guarda de honra ou coisa semelhante. As águas que escorriam pelas Bandeiras pareciam gotas de lágrimas, causadas pelo abandono e pela falta de patriotismo dos que deveriam zelar por esses valores, tão nobres e éticos, responsáveis pela formação da nossa cidadania e de nossos princípios nacionalistas e deveres cívicos.
DIRIGENTE CULTURAL
Não sei quem é o assessor, ou Diretor Cultural do Município, encarregado de programações como a Semana da Pátria. Certamente trata-se de uma pessoa totalmente desprovida de qualquer noção de cidadania, de cuidados mínimos com simbolismos de Estado, e sem a menor noção de cerimoniais e protocolos. As repercussões negativas, do ato falho, são enormes e certamente chegarão até a Liga de Defesa Nacional. Sugiro que, no futuro, em caso de dúvidas, aconselhem-se com o Exército Brasileiro, que entende tudo desses cerimoniais envolvendo o Fogo Simbólico e o Pavilhão Nacional.
CAMINHOS DA CHAMA
Sempre, no mês de agosto, quando chega à nossa cidade, o Fogo Simbólico é conduzido em carreata, para a Unidade do Exército, hoje 4º RCC, onde é recebido formalmente e guardado até dia 1º de setembro. De lá, é conduzido até a praça central, entregue ao Prefeito para uma semana de atividades cívicas e culturais, culminando com o desfile militar e estudantil no dia 7 de setembro. O encerramento se dá às 17 horas, com o arriamento das Bandeiras e a extinção do Fogo Simbólico, com todas as honras civis e militares. Nos meus tempos de estudante, ficava na maior torcida para ser guarda de honra do fogo. Quando conseguia a indicação, minha mãe caprichava na roupa, engomava a camisa e o jaleco da Escola, para cumprir com o dever cívico. Quando servi a Pátria, no então 2º RCM, o entusiasmo era o mesmo.
CULPA DA GRIPE SUÍNA
Desta vez, a despeito e com a desculpa da gripe suína, foram suspensas as atividades alusivas a Semana da Pátria, inclusive o desfile. Acho estranho, existia um temor que a gripe atacasse apenas os estudantes, e principalmente na hora do desfile. O encerramento da Semana, que seria com desfiles de bandas e outras programações que reuniria grande público, somente não se realizaram porque havia previsão de chuva. A gripe poderia ser transmitida em qualquer tipo de aglomeração, na EXPOINTER, na Semana Farroupilha, no Desfile dos Gaúchos, na EXPOFEIRA de Rosário, ela continua contaminando, apenas com menor força. Cancelar o desfile do dia 7 de setembro foi inédito e sem precedentes, as justificativas foram risíveis Ah, e que nos expliquem porque abandonaram o Fogo Simbólico e o Pavilhão Nacional em praça pública. O cancelamento do desfile não serve como desculpa pelo grave incidente. Com a palavra, as pessoas que deveriam cuidar de tudo isso, e as autoridades que foram omissas com a situação. Certamente, se tivessem sido pagas diárias, ou horas extras, para cuidar do Fogo Simbólico e das Bandeiras da Pátria, haveria mais gente da Prefeitura na praça do que na EXPOINTER. A gente sempre imagina que já viu de tudo nessa vida, mas esse fato não poderia ficar sem registro para nossos anais.

Baltazar Doile Dias.